Qualidade de vida em idosos: breves reflexões

Qualidade de vida em idosos: breves reflexões

Qualidade de vida é um termo que vem sido constantemente usado desde os meios acadêmicos, até mesmo em nosso cotidiano. É uma área de interesse da Medicina, Psicologia, Enfermagem, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, assim como do Marketing, da Economia e de outras áreas direta ou indiretamente relacionadas ao ser humano e ao seu bem-estar. Todos querem gozar de qualidade de vida (QV), independente de sua idade, raça, religião e meio sócio-cultural. E, felizmente, isto é possível.

Apesar de não haver uma única definição para QV, algumas merecem destaque, como a da OMS (2005) que define qualidade de vida como:
A percepção que o indivíduo tem de sua posição na vida dentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores de onde vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente (OMS, 1994).

A partir desta definição, percebe-se que o termo qualidade de vida engloba o conceito amplo de bem-estar, o que depende do auto-julgamento do próprio indivíduo, ou seja, o quanto ele está ou não satisfeito com a qualidade subjetiva de sua vida. É um conceito subjetivo, dependente de padrões históricos, culturais, sociais e até mesmo individuais. A avaliação da qualidade de vida de determinado indivíduo varia em função das três dimensões, nas quais o sujeito encontra-se inserido: física, psicológica e social.

Um ponto deste conceito que merece destaque é a importância da auto-avaliação do indivíduo acerca de sua QV: um padrão de vida que é considerado como de qualidade para determinada pessoa, pode não o ser para uma outra e, além disto, faz-se necessário levar em conta as condições atuais do indivíduo.

Por exemplo, para um adulto saudável ter boa QV pode ser ter oportunidades no campo da saúde, da segurança, do lazer, boas condições financeiras, de moradia, de educação. Um adulto portador de necessidades especiais, que se locomove com o auxílio de cadeira de rodas, pode achar que tem boa QV por gozar das questões anteriormente citadas, além de residir numa casa adaptada para suas limitações e morar numa cidade que possibilita a acessibilidade do cadeirante.

Já para um idoso saudável ter boa QV, envolve as questões anteriormente citadas, além de ter bom suporte social, contato com a família, se tiver alguma doença que ela esteja sob controle, e dispor de políticas públicas elaboradas pelo governo em benefício da pessoa idosa. Finalmente, para um idoso acamado e portador de DA, sua cuidadora mais próxima pode considerar que, para ele, naquele momento, ter qualidade de vida é ter uma equipe multiprofissional prestando-lhe assistência, ter medicação para aliviar suas dores, viver próximo da família, com boas condições de nutrição, higiene e segurança. Deu para perceber como que em todos estes exemplos a definição de qualidade de vida varia de acordo com a opinião do próprio indivíduo e suas condições?

O estudo da qualidade de vida do idoso vem ocupando lugar de destaque, pois os avanços na medicina contribuíram para o aumento na expectativa de vida e no contingente de idosos, mas de que adianta ter uma grande população de idosos vivendo mais de 80 anos, se não for possível proporcionar a eles qualidade de vida? Segundo Vieira (1996), alguns fatores favoráveis como aceitar mudanças, prevenir doenças, estabelecer relações sociais e familiares positivas e consistentes, manter um senso de humor elevado, ter autonomia e um efetivo suporte social contribuem para a promoção do bem-estar geral do idoso e conseqüentemente, influenciam diretamente numa melhor qualidade de vida.

Independente de nossa idade, é importante procurar sempre melhorar nossa QV, buscando saúde – não somente a ausência de doenças, mas de acordo com a definição da OMS – “um estado de bem-estar físico, mental, psicológico e espiritual”. Alguns fatores podem dificultar ou prejudicar a QV, tais como dificuldades financeiras, problemas de saúde e outras limitações, porém, é importante buscar alternativas possíveis, sempre respeitando as potencialidades e limitações de cada um, seja ele criança, adolescente, adulto ou idoso.

 

 

Fonte: www.cuidardeidosos.com.br